quarta-feira, 15 de abril de 2009

Meu rosto vermelho e molhado...


O tempo estava fechado, completamente nublado, tanto quanto meu humor. Parecia até uma piada, alguma espécie de humor negro, alguém lá em cima, responsável pela meteorologia, decidiu combinar o tempo com o meu astral.


Hoje eu chorei. E há tanto tempo eu não chorava. Quando aconteceu, quase não consegui acreditar em mim mesma, acreditar no que eu estava fazendo. E na frente de pessoas... Tinha segurado essas lágrimas por tanto tempo. Não dava pra acreditar que elas foram desencadeadas simplesmente porque alguém me cumprimentou gentilmente com um ‘Bom dia! Tudo bem?’. E eu não consegui mentir, a resposta maquiada não funcionou, eu tentei dizer que estava tudo bem, mas fui bem pouco convincente, meus olhos descaradamente me entregavam do contrário.

Não tinha mais força se quer pra me enganar, só me restou o suficiente pra eu me sentar, fechar os olhos e desejar que ninguém me olhasse. Eu estava com vergonha da minha demonstração pública de fragilidade.

Ainda de olhos fechados, senti que alguém se aproximava de mim. Reconheci que era alguém que só queria meu bem. Ele me tocou e disse ‘Vai ficar tudo bem, não se preocupa. Vai ficar tudo bem’. E quão bom era aquele toque, mas que vergonha eu sentia por está assim, vulnerável. Não era assim que ele me conhecia, quase sempre ele me via apenas sorrindo, não estava certo. Logo ele... Logo quem eu admiro tanto por sua resistência, sua fortaleza. E eu chorando simplesmente porque estava com medo. Sim, era um problema. Mas não, não era o fim do mundo. Mas mesmo assim ele sentou do meu lado e me acolheu.

E eu senti os olhares curiosos na minha direção. O embaraço era tão grande que num minuto eu desejei intimamente que ele não estivesse ali, no minuto seguinte eu estava imensamente grata por sua presença acolhedora. Encostei o rosto no seu ombro e escondi minha vergonha. Ele me refugiou, me entendeu. Ele foi o meu anjo.


E, no final do dia, decidiram que deveria chover.

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