quarta-feira, 1 de julho de 2009

Silêncio. Absoluto e vazio!


E na verdade, ela falava demais. Espontânea e explosiva em quase tudo. Sempre foi assim. Não mudava e tão pouco queria isso. Mas os olhares dele é que agora a importunava e perseguia. Não porque ele revirasse os olhos e fazia cara feia, juntamente com suas mais novas amigas, enquanto ela dissertava a opinião a respeito de alguma coisa qualquer. Mas sim porque ela temia que em algum momento ele simplesmente desejasse nunca tê-la tido. E posso afirmar, com a certeza de quem conheceu a história, que ela já foi dele e ele já foi totalmente dela.

Agora? Bem, agora só restou o silêncio. O mais absoluto e vazio silêncio. Até mesmo o “bom dia!”, raramente ofertado um ao outro, é carregado de um nada. Ela garante que isso vez ou outra dói. Dói bastante, pra ser sincera. Afirma que há sim momentos em que se segura pra não gritar com ele. Berrar, pra ser mais exata. O suficiente apenas pra que ele entendesse o quanto isso tudo é idiota. Mas ao ser questionada sobre o que diria, declara somente que as palavras lhe causariam ainda mais dor e ao fim não valeria a pena. E é por isso que ela continua muda, contraditoriamente introspectiva e reservada.

Ele faz parte dela agora, independente do que ele faça. Mas, em nome da boa memória, evita olha-lo nos momentos em ele faz uma careta por sua causa. Não quer desejar não tê-lo tido. Afinal, num passado não tão distante, ele foi dela e ela foi dele. Um dia ela saiu de casa num carro cheio de homens de preto, escutou música alta e que não fazia nem um pouco o seu estilo, e gostou. Gostou principalmente porque ele gostava e ela gostava dele.

Hoje? Hoje só restou o silêncio. O mais absoluto e vazio silêncio.

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